I'm sick too! Can you take care of me?

Estou doente. Terrivelmente doente. Meu corpo dói. Pode parecer absurdo, mas é verdade. Todos os membros do meu corpo estão doentes. Não os suporto dentro de mim, porque a dor é imensa. Estou à alguns passos da minha falência humana.A dor é insuportável, amigos.

Tudo começou com o meu coração. Quando me mudei para cá, eu sentia algumas pontadas fortes e finas. Elas vinham com tudo, duravam alguns segundos e iam embora. Lembro-me da primeira vez que a senti. Estava em casa lendo cartas de uma grande amiga que tive na infância: Juliana Fonseca Santos, vulgo Mocréia. Morávamos em cidades diferentes, mas porém muito próximas. Sempre que podíamos, pegávamos o busão para passar o final de semana juntas. As cartas faziam parte da nossa amizade. Elas eram sempre acompanhadas de muita risada e muita sinceridade. Nesse dia específico, estava lendo a última carta que a Jú tinha me mandado. Nessa carta eu podia sentir a tristeza dela pela nossa separação (ela ficou em Araraquara e eu vim pra Brasília). A carta terminara com “ Eu te amo muito, mocréia!”. Foi então que a dor veio. Eu chorava. Agachada no quarto com a carta no peito.
Eu e a Jú, depois dessa carta nunca mais nos falamos. Por motivos que o destino encontra, ela parou de conversar comigo. Recentemente ela passou para enfermagem na USP, Unicamp, Ufscar e Unesp.

Depois do coração foi a minha cabeça. Ela sempre foi bem orientada pelos meus sonhos. Desde os meus 13 anos, sonho em ser jornalista, com mestrado na Alemanha com a seguinte tese “ II Guerra Mundial e o sonho vermelho dos alemães”. Tive um grande incentivo de um amigo que sempre escutou meus sonhos, o nome dele é Felipe Rischini. Ele ria de algumas utopias, mas me dava alicerce histórico para prosseguir com minhas curiosidades. Sentávamos na calçada em frente de casa e sonhávamos juntos. Eu na Alemanha e ele em turnê com sua banda – que na minha aposentadoria eu seria a promoter. Assim como a dor no coração, minha cabeça começou a doer quando vim para Brasília. Com a dor, fui esquecendo os meus sonhos. A maior dor que sinto é a de não acreditar nos meus sonhos.
Nesse ano Felipe está fazendo cursinho pré-vestibular, como vem fazendo nos últimos dois anos. O curso que ele quer é Medicina.


Com o coração e a cabeça doentes, o caminho ficou livre para que o “resto” de mim adoecesse. Não consigo levantar os meus braços para o alto, minha cabeça não deixa. Minhas pernas não dão conta de caminhar sozinhas, precisam de apoio. Minha coluna não segue ereta, devido aos meus olhos que não têm enxergado muito bem que para evitar um tombo maior caminho olhando para o chão porque é o lugar mais seguro que tenho encontrado.

Não há médicos que podem me curar. Porque a minha dor foi causada por alguém que mais me conhece. O ser humano. Fizeram-me perder uma amizade, porque sabiam que ela estava muito bem guardada no meu coração. Fizeram-me perder os meus sonhos, porque eles são UTOPIAS para quem faz parte da “fôrma contemporânea” do pensar, onde não tem espaço para o individualismo no pensar. Fizeram-me não conseguir caminhar sozinha porque como uma cobra para dar o bote ele vem para cima de mim e me aperta com suas propostas para me comprar e comprar minhas lutas. Meus braços não alcançam o céu porque não consigo me libertar da institucionalização do ser. Eu preciso ser, e só sou, quando encontro um campo fértil para a minha plantação.

Estou doente, muito doente, amigos! A única pessoa capaz de me curar é o SER (Verbo de Ligação) HUMANO (Adjetivo) ! É você Jú, que me conheceu como ninguém e sabe que iria até o final da trilha com você! É você Fé, que sempre me riu das minha ignorância (naive). É você Lucas, que me ajuda a voltar a sonhar. É você Jú Medeiros que vê o meu coração vermelho! É você Jé que acredita na minha felicidade! É você, que está lendo, e que não agüenta mais esses estereótipos de vida.

“ O que nós somos, afinal?”

Quem, seria capaz de negar ajuda aos da mesma raça?

... só aquele que se deixa alinar-se na desinformação do Mundo.

I’m sick. Can you take care of me?


Ana Paula Bessa,
Doente – assim como toda a humanidade.

PS: Para entender melhor o filme, assistam

SICKO - $O$ Saúde

O novo filme do Michael Moore

1 comentários:

Flaviana - disse...

OIEEEEEEEEEEE
Lógico que lembro de você :) quiridaaaaa
Pq vc saiu? tá de noite é?
Obrigada pelo comentário e pelo elogio ao Blog :) ainda estou começando...
O seu tá D++++++

FORTE ABRAÇO E PASSE POR AQUI SEMPRE...

PS: Atualizo só aos Domingos...

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