You don’t know death


(Este post não é uma apologia ao suicídio)

O que significa estar vivo? Para mim é respirar. Enquanto a minha respiração estiver ativa o meu coração continua batendo, o meu pulmão continua filtrando o meu ar, o meu cérebro continua mantendo o meu raciocínio forte. A morte significa o cessar da respiração. O meu coração já não bate mais, meu pulmão não recebe nenhum oxigênio, o meu cérebro não é capaz de relacionar as linhas de pensamento. É o fim, o fim da natureza desenvolvida dentro de mim.


Mas e quando respirar se torna um fardo, uma tristeza, uma dor incessante? Quando a vida se torna nada mais que uma dor constante em manter a respiração ativa? Não cabe aqui falar em dificuldades que valem ser superadas, mas dores que são irreversíveis e que não tem previsão para acabar a não ser que a respiração cesse. Não é debilidade ou perda funcional de alguma parte do corpo, mas uma dor que arma diariamente uma guerra contra você.

O filme da HBO “You don’t know Jack” retrata a luta de um médico a favor do que o Estado e o Judiciário insistem em intitular de eutanásia – o que eu e Jack chamamos de assistência médica em horas de grande dor e debilidade. O filme tem como protagonista o inconfundível God Father Al Pacino com uma aparência pouco convencional para o seu estilo a la “Perfume de Mulher”.

Sem fazer spoilers o enredo do filme é todo em torno dos pacientes ao qual o Dr. Jack Kevorkian prestou uma consultoria de morte. Desta forma Jack ajudou centenas de pessoas a lidarem com as doenças terminais, ao que os defensores do Estado chamaram de suicídio assistido. Dr. Jack gravou os seus pacientes que incessantemente declararam não aguentar mais e que queriam “acabar logo com isso”.  Atenção: filme de uma história verídica.

O filme me fez refletir em como a nossa sociedade discute pouco a morte sobre a óptica de ser ela uma escolha de cada um de nós.  Na mídia a morte é sempre vista como uma tortura ao qual estamos fadados a experienciar de uma forma mais ou menos trágica. Observando os noticiários sempre nos preparamos para uma morte trágica, porque viver tornou-se uma dificuldade a cada dia com tantos ataques de loucura, violência, tecnologia, trânsito e tudo mais. O que mais me enlouquece é que mesmo com tanta loucura nos dias atuais, decidir morrer é encarado pela sociedade como insanidade, um tabu, uma falta de respeito a todos os seres humanos.

Analisemos: ser espancado e esquartejado é brutal, um absurdo, uma tortura. Optar voluntariamente pela morte é loucura, ceticismo, inconcebível. Esse paradoxo se estabelece mais ainda em uma sociedade arraigada na cultura religiosa e desvencilhada da filosofia. No Brasil, que por lei é um País laico mas que os abusos religiosos estão arraigados nos superiores tribunais que cultuam em seus auditórios o crucifixo pregados em suas paredes, lidar com essa questão é uma afronta a sociedade.

Certamente só consegue opinar de forma racional sobre esse assunto quem um dia foi desafiado a questioná-lo sem religiosidade, sem doutrinas, apenas usando de filosofia e questionamentos sobre a vida e a morte. Na época de Sócrates (469-399 a.C)  filósofo era considerado aquele que sabe morrer, pois o objetivo da filosofia seria preparar a humanidade para uma boa morte, em grego “eutanásia”. É isso, saber a hora de morrer, é tão louco assim? Tão absurdo?

Dostoiévski (1821-1881) sabiamente disse que “O segredo da vida não é viver, mas ainda encontrar motivos para viver”. Seja em plena faculdade mental e saúde física, ou debilitado por dores incessante e terríveis, o segredo da vida vai continuar sendo encontrar o motivo, a razão que nos mantém vivos. Não estou dizendo que sou a favor dos famosos casos aqui em Brasília dos jovens do Pátio Brasil, ou de quem tira a própria vida e a vida de outras pessoas devido a sua religião. Apenas digo que é fundamental para a nossa vida saber o que nos mantém vivos, é essa a interpretação que cabe a este parágrafo.

Declaro aqui que se um dia a minha dor física for maior que a minha vontade de viver eu saberia a hora de morrer e com certeza ia querer uma assistência médica para este fim. Mas essa é a minha bioética. Se alivia a cabeça dos obtusos sou protestante, acredito em Deus e acredito que exista um céu e um inferno.  Digo mais, se minha mãe ou meus irmãos um dia em condições de doença terminal me pedissem a eutanásia eu correria atrás.

Não se espante, isso não é um absurdo. Se alguém muito próximo de você estivesse sofrendo cada dia mais, e muito debilitado, você recorreria a sua religião pedindo para que essa dor cessasse , fosse por um milagre ou pela morte não é? Provavelmente sim, ou definitivamente não. Esse assunto é de uma dualidade incrível e por isso quem não costuma pensar em assuntos como esse opta pela decisão da maioria. Essa atitude não é condenável.

Bem, o que quero tanto debater não é se você acha correto ou não, mas sim o jeito que se discute morte nos dias de hoje, porque simplesmente ela não é discutida. Não se discute a própria morte, mas sim a morte alheia. É fato que a morte é certa mas o seu tempo incerto, e sendo assim a discussão pode ser cíclica, mas há opções de tempo, não é?

O que acredito é que como Epicuro (341-270 a.C)  dizia a filosofia tem funções terapêuticas que libertam o ser humano das perturbações : “Deves servir a filosofia para alcançar a verdadeira liberdade”. Está mais que na hora de discutirmos de forma livre a morte e com ela pode ser encarada em pleno século XXI.  É hora de analisar como um todo e ver que há excepcionalidades a este argumento apresentado pela autora, como o caso de Jean-Dominique Bauby, autor de O Escafandro da Borboleta que, mesmo trancado dentro de si, não desistiu e escreveu seu livro utilizando só o piscar do olho esquerdo.


Ana Paula Bessa
Voltando a filosofar

PS: Peço desculpas se ofendi alguém com as minhas exposições acima, minha intensão é apenas elucidar os pensamentos relacionados a morte. Este post não é , de forma alguma, uma apologia ao suicídio. 

E que venha o Quinto Poder

A matéria é um pouco desatualizada, porém a notícia ainda não envelheceu. O renomado professor do Knight Center of Journalism in the Americas, Carlos Castilho, esteve presente no Sense Maker Conference em São Petersbugo, Flórida, e trouxe de lá a novidade que pretende abalar os estudos e rumos da Comunicação. O Quinto Poder enfim foi revelado e batisado, porém em seu conceito mais simplório.

Enquanto o Quarto Poder compete com os outros poderes sua área de influência, o Quinto Poder não compete, nem disputa furo, sequer está preocupada em cativar os valores instituídos pelo Legislativo, Executivo e Judiciário. Como diz Carlos Castilho, ele tem seu lado “eclético e emergente”.

A definição de Quinto Poder, elaborado no Sense Maker é a seguinte: “...o novo poder não é uma instituição formal, e provavelmente nunca o será, mas sim um aglomerado cuja marca registrada parece ser o ecletismo dos participantes, a forma quase caótica como se eles se agrupam e a agenda pouco convencional”.

O Quinto Poder é o que estamos acostumados a presenciar no nosso dia-a-dia, são os Twitters, os Blogs, as páginas pessoas em mídias sociais onde o usuário produz notícia, informação e acrescenta a ela a opinião – coisa “vedada” ao jornalista. É claro que a mídia convencional tenta disputar audiência com o novo Quinto Poder, querendo se antecipar a eles e por vezes usar das mesmas ferramentas (redes sociais em sua maioria).
 
O novo poder, na minha opinião, já é um fato real e totalmente palpável e perceptível. Quem não se lembra da briga dos jornalões Folha e Estado de São Paulo contra o Blog da Petrobrás no ano passado? Uma mídia social divulgando o material da mídia convencional antes do dead line.

Quem não se lembra do site do Presidente do Senado, que dava resposta a todas as noticias “inverídicas” noticiadas pela mídia? José Sarney manteve respostas a  todas as matérias que afrontavam a sua índole, chegando até a mandar uma carta ao New York Times.

Sem falar no movimento #foraarruda e as eleições no Irã relatadas pelo Twitter. Não foram elas também uma legítima manifestação do Quinto Poder?            

Esses são fatos que tornam mais evidentes a discussão desta nova tendência. A diferença deste poder para os demais é que ele não vem para se sobrepujar a outros, mas apenas para dar voz e maior participação dos cidadãos no espaço/físico político, onde as questões e princípios são discutidos. A informação, direito fundamental do cidadão, está próximo dele e pode passar a fazer parte do seu cotidiano e ser fabricado por ele.

Porém ainda há conceitos e objetos a serem estudados e definidos. O caso da ausência da objetividade e o fator de credibilidade são alguns deles, e serão alvos de outros posts que estão por vir. Aguardem.

Leia mais em :

À beira da Cibercultura

Fiquei muito feliz com a notícia de que o prazo do Projeto Nacional da Banda Larga do Governo Federal terá, realmente, “um prazo modesto para 2010”. No ano passado diziam que esse projeto seria implantado no Brasil inteiro, ontem (04/05), quando ele foi anunciado nacionalmente, tivemos a informação que serão para cidades onde as empresas privadas não prestam serviços ( e nem tem interesses) ou onde elas fazem este serviço de forma ilegal.

Serão, a princípio, cerca de 100 cidades.  A gestora do projeto é a Telebrás que hoje está com um dos maiores índices de ações na Bolsa de Valores. Efim o que parecia utópico ficou, ao menos, perceptível.

É claro que a desigualdade social, de informação, de tecnologia, é grande no Brasil. Nada mais justo para um país com a extensão e diversidade cultural como a nossa. Mas, se no ano passado o Brasil já liderava o rancking de país da América Latina que mais possui computadores (42, 9 milhões); e o número de pessoas sem instrução formal que acessam a internet chegou a 36% segundo o Comitê Gestor de Internet do Brasil ; vê-se que o Brasil está muito mais a frente do que se pensa.

A era da ciberdemocracia enfim está chegando. A era onde todos poderemos “elaborar nossas próprias questões e eventualmente submetê-las as autoridades políticas”, como dizia Pierre Lévy, finalmente parece mais próxima e sólida. Por meio da Mass Self Communication, onde cada um de nós somos produtores de conteúdo e informação, poderemos nos organizar e elevar nossas condições de vida.

Se usarmos a Mass Self Communication a nosso favor, teremos pequenos e jovens empresários produzindo cultura, economia, intelectualidade para si e para a sua comunidade. É claro que esse discurso certamente é pouco perceptível atualmente, pois é necessário ainda ensinar a todos que é possível elevar as condições de vida por meio da internet, mudar o meio e a situação em que vive.

Como bem disse Paulo Rebêlo no artigo “Inclusão Social: o que é e a quem se destina?” :

“Somente colocar um computador na mão das pessoas ou vendê–lo a um preço menor não é, definitivamente, inclusão digital. É preciso ensiná–las a utilizá–lo em benefício próprio e coletivo.”

É claro que estou sendo uma visionária, mas me empolga saber que o campo no Brasil se tornou fértil a ponto do Governo notar que isso pode ajudá-lo a trabalhar em favor dos brasileiros.


Saiba mais:
O Brasileiro cada vez mais digital
Banda Larga de R$15 A R$35 será real e refletirá concorrência
Usuários ativos na Internet chegam a 37,9 milhões no Brasil em março
Banda larga pode chegar a 92% das escolas até o fim de 2010

Novas mentes brilhantes no Mercado



Ninguém sabe o quanto é aliviante o fim de uma faculdade. Ninguém a não ser quem já conclui o ensino superior. Você muda de humor completamente, desestressa e até emagrece (é o meu caso). Mesmo com dois empregos, trabalhando de 8h às 20h e dormindo todo dia pra lá de meia-noite, a vida fica bem mais alegre e leve.

Você deve estar se perguntando "Mas como assim? A mina trabalha o dia inteiro e a vida agora é uma mar de rosas sem espinhos?". Sim, meus caros amigos. Isso acontece porque agora temos tempo para trabalhar a mente criando e apenas criando, e não se importando com notas e trabalhos que enchem o saco. Agora somos profissionais, ganhamos dinheiro com o nosso trabalho e ainda podemos gastar do pouco tempo que temos criando e criando e criando e criando.

Criar: verbo transitivo que significa dar existência, inventar, gerar, produzir, originar. No gerúndio mostra que a atemporalidade torna você em um artista, em um gênio, um filósofo, um pensador. Você gasta tempo pensando em algo para se criar que não seja comum, tão pouco normal, mas sim original.

É difícil enxergar no mercado de profissionais atual coisas que fujam à regra, que sejam exceções, que tenham criatividade não fútil e tosca, mas sim autêntica. É nesse sentido que na quinta-feira (21) da semana passada reunimos eu, Maroca, Jonas e Chimbinha pra bater um papo na Quitinete. E entre uma caipiroska, uma heineken e um suco de framboesa e outro, começamos a criar.

A quem tenho oportunidade eu sempre digo que é preciso inovar, fazer alguma cosia de diferente, porque o mercado está receptivo para coisas novas. A maioria das pessoas esperam que um Sheldon Cooper surja e faça a água virar Coca-Cola para depois poder consumir. Mas não é assim. Podemos criar mesmo sem ter a inteligência de Sheldon, apenas usando o máximo do potencial das nossas criatividades e se alimentando das criatividades de quem nos rodeia.

Para mostrar que não é impossível criar com tanta facilidade quanto se bebe água, ou se fica bêbado, eis alguns exemplos que não te deixarão desanimar. 

O Thiago Maroca (@thiagomaroca) foi responsável pelo laboratório de TV na minha faculdade. Mesmo não sendo um "professor" (daqueles licenciados a ensinar) ele sempre agitava a galera pra porduzir um curta até que conseguiu. Em apenas um final de semana ele gravou "De repente é um filme" que foi um sucesso na Semana de Comunicação. Na quinta-feira ele falou em criar mais e muito mais, e usou uma frase que eu achei fantástica: "Cara, eu uso o meu ócio para criar". Não é fantástico isso? Você criar em meio ao ócio, e normalmente é nesse tempo que você tem as ideias mais mirabolantes. O Maroca ainda tem um blog "Blog do Maroca" e também é o autor do livreto "As Pérolas do Pava" que você encontra na versão online clicando aqui. Confira a página do Maroca no YouTube.

O Jonas Rocha (@jonasroch) sempre disse que queria criar algo novo,desde quando eu o conheço (2007). Embora o tempo da faculdade e o trabalho o consumisse, todo dia ele estava tendo ideias para quebrar a sua rotina. Com o semestre final da faculdade ele ousou e fez uma monografia sobre publicidade e advergame, que todos sabemos tem um campo de pesquisa ainda muito limitado. Com o 9,0 de nota final da monografia Jonas encorajou-se a criar mais e mais e mais. Atualmente ele é o fundador de uma consultoria em mídias sociais, além de alimentar sempre o @gamerplanet, um Twitter apenas com notícias do mundo dos vídeos games.

O Chimbinha (@paulpers)é o mais lerdo de todos, o mais atrasado, mas com um processo criativo muito intrigante. Além de ser padrinho da Nayara ele tem se dedidaco a escrever um livro de ficção científica que ele quer que saia primeiro em mangá. Gasta horas e horas do seu ócio criando e inovando.

Eu (@anapaulabessa) além de alimentar esse blog, tô tentando alimentar o IpêrCult, colocar o poscast no ar (que gravamos o ano passado) com a ajuda do Jonas, além de estar junto na consultoria de mídias sociais e recentemente me juntar às minhas flores-de-liz para criar uma projeto de Mídia socialmente responsável. Além de sempre estar trabalhando em conjunto com Maroca, Jonas e Chimbinha auxiliando em alguns processos criativos.

Viu?! Não é difícil criar, basta apenas criatividade. O mundo precisa de coisas novas e, principalmente, ele precisa consumir coisas novas. Chega de BBB, Fazenda, Pânico, CQC, Supernatural e The Big Bang Theory, crie você um novo produtor. Hoje em dia com a internet e suas redes sociais não é difícil inovar e criar algo que faça a diferença nessa sociedade de consumos elitistas com pouca cultura e informação social.

Keep Rocking n' Creating!



Ana Paula Bessa
The sunshine of a new mind!!!!

Presente de Natal para todo Brasil!

Neste ano dê um presente de Natal não apenas para a sua família, ou para quem você ama. Dê um presente para todo povo brasileiro! #FORA ARRUDA #FORA CORRUPÇÃO #FORA TODA A MÁFIA DO DF

Clique no cartão para ler!


Nostalgia



Woman: I feel like a man!


Eu sofro demais com mulheres! Quem convive comigo sabe exatamente do que estou falando. Tenho dificuldades absurdas em conseguir manter um relacionamento com qualquer mulher que seja.

Antes eu achava que era meu problema. Eu que era sistemática demais, egocêntrica, talvez até preconceituosa. Por isso adotei outra postura. Atualmente faço de tudo pra poder agradar. Não da maneira que você está pensando, de outra forma. Eu tento sempre ser agradável, não focar a minha atenção da postura vigarista de cada uma delas, e no meu melhor, sou leal e descontraída.

Mas infelizmente, eu sempre me dou mal. Sofro muito com as mulheres, principalmente porque tento agradá-las. Mas descobri que não importa o que eu faça, é minha sina me dar mal com elas.

Não conto vantagem com isso, muito pelo contrário, me torno a pessoa mais infeliz do dia de hoje. Me corta o coração saber o tanto que as mulheres são medíocres. Se decepcionam por alguma opinião que você tem divergente dela e assim te ignoram o dia todo, não olham sequer na sua cara. Aquela mulher que no mesmo dia estava contando histórias engraçadas e fazendo planos.

Quando entrei na minha época de formação de personalidade, com 11/12 anos, eu continuava a andar com o mesmo grupinho que eu andava desde a 2ª série. A maioria meninas. Mas quando passamos para a 5ª série alguma coisa aconteceu com elas que não aconteceu comigo: a menstruação. O amadurecimento prematuro e a postura de mulher sendo apenas uma menina.

Eu, no entando, ainda me via uma menina que adorava escutar música e brincar na rua de casa, andar de bicicleta, jogar vôlei no clube, comer lanche e ir à sorveteria. Enquanto elas queriam saber de festa de verdade ou desafio, de beijar na boca e comprar roupas.

Aí começaram a me excluir das conversas na maior cara de pau, viravam as costas, não guardavam carteira pra mim (para que eu pudesse me sentar perto), arrumavam desculpa para nao me convidar para as coisas. Até que um dia fui mexer num cabelo de uma das minhas "amigas" e a menina, sem nenhuma consideração, bateu na minha mão e disse: Não encosta no meu cabelo!.

Foi a partir daí que aprendi a me virar nesse mundo sem as mulheres. Andava com meninos, sempre. Éramos em seis: cinco meninos e apenas eu de menina. Sinceramente, era bem melhor. Os meninos são mais descontraído, não levam quase nada (ou nada) a sério. Topam qualquer coisa para ir ao clube jogar basquete, nadar e tomar sorvete. Conversar sobre bandas de rock, blues, jazz e etc, nem se fala. E foi assim até o segundo colegial (2º ano do ensino médio).

Mas aí chegou uma fase da minha vida em que fui obrigada a manter uma relação no mínimo cordial com as mulheres. Tanto no campo profissional,familiar quanto em relações estudantis. Então comecei a ser mais flexível e a fazer tudo para poder agradar, porque acreditem: provar do fel da mulher é imensamente torturoso e dolorido.

Foi então amigos que me machuquei cada vez mais. Principalmente porque tenho algo que muitas mulheres não conseguem ter ( e não estou me gabando, eu juro): um papo que os homens gostam. Eu não falo o que eles gostam, só não falo só sobrem mim, entendem?! (É meio confuso mesmo).

Outro fator que com certeza me deixa em desvantagem com elas é o fato de que gosto de fazer meu trabalho sempre na melhor qualidade e com resultado rápidos. E sei lá, mulheres em geral, gostam de fazer outras coisas. Não sei o que... (quer dizer, prefiro não comentar).

Aí eu sempre recebo um bico, um xingamento, uma demissão, um tapa na cara, uma traição, um escândalo, um discurso azedo, uma fofoca e o pior, mais mulheres me odiando.

Hoje passei o dia inteiro chorando porque cheguei a conclusão de que não importa o que eu faça eu nunca vou agradar uma mulher. Eu nunca vou conseguir viver feliz, despreocupada, zen ao lado de uma mulher. É muito triste saber que, na maioria das vezes, sempre haverá desarmonia entre você e uma outra pessoa.

É óbvio que existem mulheres que são o avesso dessas que descrevi aqui. Hoje eu tenho três amigas que são totalmente opostos e que são as melhores da minha vida. As que sempre me ajudam e me puxam a orelha do jeito mais amoroso que existe no mundo. Que me apoiam e desaprovam quando é preciso. Que me veem como sou, apesar de todas as minhas imperfeições. E olha que são inúmeras e falo sério.

Má, Jú e Kel vocês são hoje as mulheres mais maravilhosas do mundo todo. E a cada dia que passa só se tornam melhores e melhores e melhores. São inteligentes o suficiente para saber que apesar de mulheres, somos machos sim sinhô! Somos corajosas para topar qualquer parada por maior que ela seja - por vezes muito maiores do que nossos míseros 1,67 metros.

Segue abaixo uma música que resume (eu acho) essa minha difícil relação com as mulheres! Chama-se Janta da Mallu Magalhães com o Marcelo Camelo, que eu tenho certeza que vocês já conhecem.


Ana Paula Bessa
A not kind of woman

Diploma sim! Pelo amor de Deus!

Olá caros amigos! Deculpem a demora. Mas é que o meu processo cirativo estava meio que no ócio e eu  extremamente sem coragem de escrever algo. Bem, passado o trauma eis-me aqui para escrever algumas linhas sobre a minha profissão.

Como todos estão cansados de saber e ouvir, se eu quiser abandonar a minha faculdade para exercer a minha profissão eu posso fazer isso agora que, mesmo assim, serei uma profissional. Isso pouco me espanta. Quem convive comigo sabe muito bem que eu digo e repito que já sou uma profissional graças as minhas experiências em redações e não devido a grade do meu curso na minha universidade P-A-R-T-I-C-U-L-A-R. 

Embora eu seja incisiva neste meu argumento não apoiei a decisão dos excelentíssimos advogados e doutores do STF (Supremo Tribunal Federal), muito menos fiquei empolgada com a pesquisa que o portal Comunique-se realizou, onde foi possível saber que a população também não apoiou tal decisão. Mas a questão é bem simples e cultural, amigos. Certamente vocês já conhecem aquela velha piada sobre o advogado e o jornalista. Bem, se não sabem aqui vai ela: Enquanto o advogado pensa que é Deus, o jornalista tem certeza. Isso é fato. Que jornalista nunca reclamou dos discursos homéricos de um advogado? Ou que advogado nunca reclamou da objetivismo sarcástico de um jornalista? Então não se poderia esperar outra opinião dos excelentíssimos do STF. 

Mas vamos ao que interessa, porque não quero ser chata que nem um advogado.

Li muitos textos e discuti com vários colegas antes de escrever este post e, infelizmente, tenho que dizer que eles não mudaram a minha opinião, apenas serviram de fomento para ampliar a minha visão. Vou comentar o criador do "new jornalism" que esteve aqui no Brasil há algumas semanas atrás: Gay Talese. Resumidamente Gay disse: "Não acho que jornalista precisa de diploma. O principal é a curiosidade e a habilidade de perguntar a estranhos e conseguir que eles respondam a um estranho". Eu concordo plenamente com a opinião do meu ícone do Jornalismo, porém no Brasil os tempos são outros, todos nós sabemos.

É óbvio que temos ótimos jornalistas que nem precisam de diploma para comprovar isso.Para mim o Kotscho é a personificação disso. Porém não se fazem jornalistas como antigamente. Talvez as grandes federais como a USP-ECA, Unesp, UFRJ e UNB, ainda consigam colocar no mercado um jornalista capaz de escrever um lead descente e que independente do teor da matéria (seja de comportamento, política, cultura ou economia) consegue se desvencilhar dos artigos exagerados e também da enrolação pouco literária. Mas as universidades particulares colocam mais alunos formados do que as federais.Para a minha tristesa. 

Carlos Castilhos, um jornalista que tem um currículo maior do que uma monografia,  disse em um recente artigo que escreveu para o Observatório da Imprensa: "Escolas não são capazes de formar o profissional pronto para ingressar no mercado de trabalho, que passa por mudanças radicais na área de comunicação e do processamento de informação. As escolas tem grades curriculares desatualizadas, que ainda nao aderiram às novas tecnologias. O formando entra no mercado dominado pela internet, dominando ferramentas que ele aprendeu fora da escola". Infelizmente, essa é a realidade. E graças a Deus eu tive um mestre que me alertou para isso. Meu professor de rádio e atual professor de Jornal Laboratório, Nelson Penteado, nos informou lá no quarto semestre que as Universidades não estão acompanhando o avanço da tecnologia e por isso estão formando profissionais desatualizados. Eu posso dizer pra vocês com todas as letras que tudo o que eu aprendi para dominar a informação via web foi na marra, sofrendo muito com a minha professora de webjornalismo, Raquel Sacheto, e levando muita bronca dos meus chefes. 

Mas você deve estar se perguntando: Se as escolas não formam um profissional a nível do mercado atual, por que exigir o diploma? Bom pelo simples fato de que ela é totalmente competente para ensinar ao jornalista a ética e a responsabilidade profissional. Capaz de passar valores que, com toda a certeza do mundo, não se aprende na prática da profissão. Se hoje todo mundo reclama do jornalismo marrom e sensacionalista, imaginem se todos puderem fazer um estágio em um jornal de quinta da cidade e depois conseguir o certificado de jornalista. 

Acreditem ou não, as Universidades expoem o estudante a um nível de ética intelectual, capaz de ajudá-lo a dicernir o seu trabalho ou o viés que sua profissão terá. E as Universidades poderão ser muito mais competentes se houver uma discussão boa a respeito de seu futuro e de maiores investimentos que devem ser feito não só na educação de base - como insiste em salientar o senador Cristovam Buarque - mas também no ensino superior. Sobre isso Castilho é incisivo: "Sou contra esse bate-papo estéril em torno de um diploma, que mais que um documento cartorial tem que ser um símbolo da certificação de qualidade validado pelas demandas sociais contemporânea.(...) Não adianta discutir a obrigatoriedade ou não, senão discutir primeiro a qualificação do jornalista, a capacidade das escolas produziresm profissional que a nova realidade informativa está exigindo. (...) A decisão que o STF tomou é tão pouco consistente quanto o diploma que eles desqualificaram". (Como diz um amigo meu: "Tá, meu bem!") ;)

Tem também o argumento do talento em que todos fazem questão de tocar. Sempre acreditei que o talento muda o curso de qualquer profissional. Uma coisa é ser um jornalista formado, outra coisa é ser um jornalista que arrasa, que é DUCA, por conta do seu talento. Eu admito que ainda não consegui o traquejo da coisa, mas digo que conheço muitos colegas que conseguiram e hoje arrasam e ainda nem se formaram. Certamente não será o diploma que fará dele um melhor ou pior jornalista, mas nesse mundinho de Brasília onde a bajulação e o jabá é levado mais em conta do que o talento, o traquejo pode não significar muita coisa. Mas vamos nos ater ao caso do diploma neh?!

Alberto Dines disse em um artigo para o Observatório que a decisão do Supremo "não é necessariamente a mais correta nem a mais eficaz", mas ele também não disse qual seria a solução. Como é típico dos textos do Dines, ele pegou a frase em que o ministro Gilmar Mendes disse que a obrigatoriedade do diploma "fere a isonomia e a liberdade de expressão garantida plea Consituição" e levantou dados relevantes. No mesmo dia em que a decisão foi tomada os três jornalões (Folha, Estadão e O Globo) estamparam 29 artigos regulares e assinados, sendo que desse total 18 eram de autoria de jornalistas formados e 11 de não formados. A porcentagem é de 60% contra 40%, que segundo Dines revela que a obrigatoriedade não discrimina colaboradores de outras profissões. Pensando bem, caros, é isso menos. Quantos artigos lemos que são de profissionais de otura área que se fazem ser jornalistas?!Bom até o Lula agora tem uma coluna diária não é?!?! hehehehe. (Desculpem meus amigos PTistas mas eu tinha que fazer essa).

Redação de jornal não é que nem coração de mãe sabe, mas com certeza sempre cabe mais um profissional especializado.Infelizmente a nossa profissão exige que saibamos de tudo um pouco, e assim acabamos não sabendo de nada de forma completa. Em um dia somos pautados para conseguir uma entrevista com José Sarney e no outro temos que ao Capital Fashion Week. É bizarro mas é isso mesmo. Já aconteceu de me pautarem para ir cobrir uma manifestação do MST em que nem o meu editor sabia sobre o que era, e quando eu cheguei lá fui vaiada por eles porque perguntei: "O que vocês estão protestando?". Então é sempre bom ter alguem ligado no assunto, pra poder falar melhor, opinar melhor sobre algo que sabemos apenas na hora em que cobrimos. 

Outro ícone que li foi Muniz Sodré que, para mim, foi o melhor no assunto do diploma. No artigo ele escreve: "Como cenceber hoje o funcionamento dessa instituição 'quase-pública', geradora da inofrmação necessária ao cidadão para o pleno funcionamento da democracia, sem uma formação universitária, especializada, de jornalistas? Informação não é mero produto, nem serviço; é um próprio solo da sociedade em que vivemos, é o campo onde jogam os cidadãos. Se a garantia dessa gormação adequada se espelha hoje no diploma, VIVA O DIPLOMA!". 

Caros amigos, digo com sinceridade que já tem muito profissional vagabundo com diploma. Não desmereço quem consegue ser um profissional de qualidade sem diploma, muito pelo contrário venero aqueles que mostram trabalho. Mas eu acredito que as Universidades podem sim formar profissionais melhores,afinal, esse é o trabalho delas. Espero que essa notícia toda possa fazer com que os mestre e reitores pensem nas novas tecnologias e tendências e produzam um profissional sagaz e acima do nível de mercado. Somos uma profissão importante para a sociedade, embora por vezes somos silenciados pelos nossos editores ou publicitários. Somos incumbidos de levar a voz do povo mais perto dos governantes, e não acho que essa seja uma profissão igual a de um cozinheiro. O cozinheiro não carrega a responsabilidade de mostrar aos governantes a realidade cruel dos analfabetos, miseráveis, sem tetos e sem educação. 

Eu sou jornalista não porque vou adquirir um diploma, mas porque quero servir o meu povo, independente do quanto que eu ganhe para isso. Mas só consegui esse pensamento porque obtive nos meus anos de estudos ensinamentos de Mauro Wolf, Claudio Abramo, Gay Talese, Alberto Diniz, Muniz Sodré, Rousseau, Foucault, Kant, Ricardo Kotscho, etc. E estudá-los a fundo só foi possível nas cátedras universitárias. 

Ana Paula Bessa
Jornalista

O cúmulo do ato falho

" Não pretendo assinar a CPI dos fundos de pensão, proposta pelo PMDB, porque CPI é um instrumento da oposição"

Frase do líder do PT na Câmara Federal, Cândido Vaccarezza (SP).

Grito de liberdade

Bom, como de costume postei um texto de uma grande amiga e excelente profissional, Mariana Rosa. Essa menina é a razão de eu ter começado esse blog, me incentivou e começou o blog comigo, embora ela tenha feito poucas participações.

Eu ainda lembro de nosso primeiro encontro, quando fui fazer um comentário (infeliz) sobre uma aluna do primeiro semestre, e ela me disse: "Não gosto de ficar falando das pessoas assim". Calou a minha boa na lata. 

O texto a seguir é um desabafo que, certamente qualquer jornalista quer fazer. É um grito de liberdade. É a libertação da estruturação e uma aclamação ao eu-lírico que há dentro de cada jornalista. É sensível e racional. É fantástico...

Com vocês Mariana Rosa

Ana Paula Bessa
Com saudade de Rosinha

Eu não sou uma jornalista

Por Mariana Rosa 

Eu não sou uma jornalista. Eu sou uma amante das palavras.
Que se esconde por trás de formas pré fabricadas de escrever.
Eu odeio esse molde chamado lead. Meu molde é livre.
Eu nasci para escrever o que o meu coração me manda dizer.
Minha liberdade é como a água que escorre por cada fresta e não se pode conter.
Por isso meu nome é Mariana. MARiana, se é que você me entende.
Eu estudo por que se escreve assim e não assim.
Até arrisco dizer que entendo um pouco disso.
Eu leio frases em livros, eu leio até os livros. Isso se chama inspiração. 
Escuto música, escrevo música, tiro foto, revelo foto, saio de casa, volto para casa, sorrio, choro, e às vezes choro mais do que sorrio. Isso se chama viver.
Meu coração fala e o seu também.
Até o momento em que os dois se comunicam, perfeito!
Isso se chama comunicação social (jornalismo). 
Mas se eu falo e você não entende. Se eu tento e você não compreende, é porque existem falhas. 
O coração NÃO mente. Eu tento te dizer: meu texto não é metalingüístico. 
Mas é só o que você consegue ver!
E então, o que eu posso fazer se ama-se a quem odeia, se pede-se perdão e ninguém perdoa, se vive-se mas se quer morrer
Cada um tem os seus mandamentos. Construíram regras inquebráveis, leis impraticáveis. E ninguém encontra a ordem.
O produto é sempre alterado e os fatores modificados.
Eu choro por uma Luz que não brilha mais e enterro um Mar que morreu.
Cada dia do ano é especial para alguém. 
Sempre existe um aniversário, uma alegria, o melhor dia da vida, que será lembrado para sempre.
Então vamos fazer o seguinte: vamos comemorar!Pois não há nada que afaste mais o amor do que a tristeza.


 

Obama pode mudar, mas não deixar de ser imperialista


Há tempos me envolvi em uma conversa muito empolgante com meu caro amigo e exímio jornalista, Luiz Eduardo Braga, sobre o destino do mundo e dos Estados Unidos com a eleição de Barack Obama. Quem iniciou o assunto? É claro que só podia ser o Braga! Com a pergunta que todo o professor de Universidade fez o ano passado a qualquer aluno que prezasse o seu intelecto, Braga deu o ponta pé inicial da conversa: Você acha que tudo vai mudar com a eleição do Obama?

Caros, eu seria uma herege se não dissesse que a própria eleição do 44º presidente dos EUA, e PRIMEIRÍSSIMO presidente negro eleito, já denuncia uma mudança drástica na democracia estadunidense. Mas como boa “Do Contra” que vocês sabem que eu sou, fiz questão de enfatizar que por conta da cultura imperialista da terra do Tio Sam, muita coisa iria ficar na mesma e apenas algumas mudanças notáveis iriam acontecer.

Concordando comigo Braga soltou uma das frases mais utópica que eu já havia ouvido em toda a minha vida: “Eu sei que não vai mudar muita coisa,mas Ana Paula, se ele fechar a prisão de Guantánamo, terminar a guerra no Iraque e deixar a economia estável, pra mim ele já teria feito muito e seria O Presidente dos EUA”.

Mal sabia eu que essa frase além de utópica foi uma previsão certeira do meu caro amigo Braga. Em seu primeiro dia como presidente, Obama pôs fim a prisão de Guantánamo, que deve estar vazia ainda no final deste ano. Surpreendente!

Mas acreditem meus amigos, eu também sou vidente e também tinha razão a respeito da cultura imperialista. Na mesma página do jornal Folha de São Paulo em que foi noticiado o fim da prisão de Guantánamo, estava uma discussão entre o novo diretor da CIA e do ministro da Defesa dos EUA, a respeito dos métodos de tortura aderidos pelo exército e cia ltda. Para o chefe da Inteligência dos EUA, Dennis Blair, afogamento não seria uma técnica de tortura, por isso não deveria ter sido citada no decreto que proíbe torturas e métodos coercivos. Tal decreto foi assinado por Barack Obama junto com aquele que coloca fim a prisão de terroristas em Cuba.

Oras! Se afogar uma pessoa para fazê-la falar ou confessar algo não é uma técnica de tortura ilegal, eu sou a Marlyn Monroe reincarnada! É muito simples essa questão: a Convenção de Genebra qualifica afogamento como tortura não aceitável. E olhem que tem algumas torturas que a Conveção diz ser aceitável. Vai entender...

Outra das minhas previsões culturais, foi exposta pelo atual presidente em seu próprio discurso de posse.

Lembrem-se de que gerações anteriores derrotaram o fascismo e o comunismo não apenas com tanques e mísseis mas com alianças vigorosas e convicções duradouras. Eles entenderam que o nosso poder sozinho não pode nos proteger, nem nos dá direito a fazer o que quisermos. Ao contrário, elas sabiam que nosso poder cresce com seu uso prudente; nossa segurança emana da justeza de nossa causa, da força de nosso exemplo, das qualidades temperantes da humildade e da contenção.
Somos guardiões desse legado (...)” Barack Obama


Vocês sabem que as palavras “fascismo” e “comunismo” colocadas na mesma frase nunca pode dar coisa boa. O pior não é isso, o pior é ter o comunismo sendo colocado no mesmo patamar do fascismo, como se ambos tivessem a mesma razão de existir: exterminar uma raça, classe ou ideologia. Não é a toa que a China censurou o discurso, e depois cortou toda a transmissão. Por isso que digo e repito que essa cultura estadunidense de acharem que são os heróis do mundo não irá embora. Eles acreditam sinceramente que são superpotências e que podem superar tudo e todos.

O mais cômico de toda essa história é que o autor preferido de Obama é Martin Luther King . Quer alguém mais comunitário e comunista que Martin Luther King?


Com isso concluo dizendo que : “Nem tudo que reluz é ouro”. Triste, mas é verdade meus caros.




Ana Paula Bessa
Um tico paranormal

2009


Primeiro post de 2009. Certamente você deve esperar que eu faça aqui uma lista das minhas esperanças para este novo ano, os erros que não cometerei novamente, promessas de postar mais, ler mais, participar mais da vida dos meus amigos e essas coisas que movem o interior de todas as pessoas após assistir os fogos em Copacabana e levar o famoso “tapa na cara” da vida que faz questão de dizer: “Rapá, mais um ano se passou e tu fez o quê mesmo?”. Mas não é isso que irei fazer. A la Do Contra, o personagem do gibi da Turma da Mônica, farei um discurso analítico do nascimento de uma nova vida que a maioria das pessoas assumem no dia 1º de janeiro.

Após a contagem regressiva assistida na televisão no sofá ao lado do meu namorado, em um festa nada agitada na casa da minha tia, vários questionamentos dominaram a minha mente e me impediam de escutar qualquer coisa. “Meu amor!”, sussurrou Lucas. Eu imediatamente lhe abracei muito forte e declarei com ousadia os meus desejos para a vida dele. Sussurrando para que ninguém ouvisse fui profundo nos desejos que eu sabia que ele queria conquistar, e desejei com uma amor intransponível que todos eles se concretizassem. O mais incrível é que rapidamente ele se pôs a desejar que os meus sonhos mais íntimos se tornassem realidade.

Saindo do love time, fui atrás de meus avós na cozinha e deparei com algumas lágrimas no rosto do meu vô. (Todos haviam saído para ver os fogos na Esplanada). Parei na escada e suspirei como quem não ia conseguir dizer uma palavra. Mas apesar de todas as aflições que eu tinha passado com ele esse ano, o abracei muito forte e disse: “Vô, feliz Ano Novo. Muita saúde vô, muita saúde!”. Frágil na cadeira, ele não olhou nos meus olhos mas agradeceu. Minha vó, estava encostada no fogão, com uma magreza dolorosa, e só consegui dar-lhe um cheiro e dizer que a amava e que eu desejava que ela pudesse ter muita saúde. “É mesmo minha filha, eu preciso de muita saúde. É de saúde que eu preciso”, disse ela tristonha.

Quem me conhece sabe que em 2008 fui coberta de uma máscara de amargura, mas meus caros, ela só existiu por descontentamento diante de tanta injustiça na minha vida. Mas quando eu senti o tempo escorrer pelos dedos durante a contagem regressiva, eu lembrei de como eu era no colegial e lembrei da minha covinha que todos elogiavam e que faziam pessoas sorrirem. E infelizmente conclui que “A Era do Vazio” havia me invadido por osmose com a vivência diária com caricaturas da cultura brasiliense. A menina “rebelde” que jurou nunca mudar a sua personalidade, havia se tornado aquilo que pediram incognitamente para ela se tornar. Diferente dos outros anos, eu não estava feliz, nem animada, muito menos acompanhada da minha boa taça de vinho. Eu era uma outra Ana Paula, que não fazia jus ao significado do seu nome.

Às 2h chegou o resto da família, e eu só consegui ouvir os desejos enlatados de final de ano: Feliz Ano Novo! Tudo de bom! Que Deus nos dê paz, saúde, harmonia e muito dinheiro. Meus caros, vocês escutam esses desejos, afinal eles são enlatados e reproduzidos em massa e o seu conteúdo é puramente ritual, não engloba nenhum desejo.

Após 31 de dezembro de qualquer ano, as pessoas passam pelo Jubileu e acreditam que nenhuma de suas atitudes serão lembradas ou restituídas. Foi-se. E não há mais marcas. E em uma atitude antropológica, começam o ano desejando mais para as suas próprias vidas e planejam amores que de amor não tem nada. Não condeno desejar mais para si, mas sim o desejar-se além do que é necessário para viver em comunidade.

O jornal Folha de São Paulo do dia 2 de janeiro , estampou a guerra em Gaza, assim como relatou a comemoração dos 50 anos da Revolução Cubana, a morte da única deputada branca oposta ao regime segregacionista do apartheid, a sul-africana Helen Suzman, o aumento de gás carbônico prejudicando o crescimento de coral na Barreira de Coral da Austrália, e Raú Castro cogitando a possibilidade de conversar os EUA. E é difícil que em uma virada de ano, se lembre que o mundo gira e há vários que integram um mundo lotado de comunidade. Diante desse cenário são poucos que abraçam e desejam que os desejos do próximo venham antes do próprio.

A nova vida que nasce no primeiro minuto de 1º de janeiro não deixa para traz os estragos no ecossistema, nem ressuscitam os mortos de Gaza, Iraque, Zimbábue. A nova vida é uma nova chance para sermos sinceros, honestos, sensíveis. Principalmente, a nova vida traz vários nascimentos, e eles acarretam em mais um indivíduo no mundo, mais um ser pensante em uma comunidade. Uma comunidade que existe e que você sinceramente faz parte. Sejamos congregantes da comunidade.

Em 2009 eu trabalho para uma comunidade! Uma comunidade onde o amor atitude, não sentimento é a razão de viver e respirar.



Ana Paula Bessa
Comunistária (entendeu o trocadilho! hum?!)

Eu não pertenço a este mundo

" O que hoje é um paradoxo para nós, será uma verdade demonstrada para a posteridade"
Denis Diderot
    

- Ju eu tava na reunião de pauta e você não vai acreditar o que sugeriram para a editoria de comportamento? Micos que as empregadas pagam. Você acredita? Dizer micos como fazer pipoca de mocroondas com panela, essas coisas. E soava bem pejorativo?

- Sério Paulinha? Como isso cara? Se eu fosse empregada doméstica metia o processo!

- Ainda bem que esse pessoal pensou nisso e desistiu, mas tinha gente que falou que era uma ótima matéria. Muito gostosa de se ler. Acha?

- Paulinha você ta no lugar errado hein?! (Risos e gargalhadas)

- Ju, eu não pertenço a este mundo! Com toda a certeza! Sou um alien nesse mundinho de Brasília e talvez do Brasil. Será que eu sou a única que insisto em negar os meus desejos para pensar em quem não possui nem esperança de desejos e fazer disso minha felicidade?

- Não Paulinha! Eu estou contigo. Também não pertenço a esse mundo.

                    Esse diálogo aconteceu dentro de um carro, em frente ao meu prédio, no meio deste ano. Depois desta conversa minha percepção de mundo e de sociedade nunca mais foi a mesma. Pude concluir que é extremamente raro alguém se importar com outra pessoa. Mas não é um parente, um amigo, namorado, mas sim alguém que você nunca viu na vida e que sabe que precisa que lutem pelo que ela nunca possuiu. Então vi que essa minha filosofia era antiga, Pascal já havia dito isso antes : “O prazer dos grandes homens consiste em poder tornar os outros mais felizes".

                Minha jornada teve início com um livro pouco conhecido de Foucault , “Ética da amizade”. Foi ele que norteou os meus sentidos, pensamentos e sentimentos para tal odisséia. Minha primeira batalha foi travado no meu próprio ambiente de trabalho,logo no primeiro questionamento : “Ora! A injustiça que somos submetido pode partir de alguém que foi injustiçado primeiro”. Nesse argumento fui chamada de “FALSA CULT”. Um neologismo, meus caros. Que no fundo queria dizer que eu fingia ser culta, e usando as próprias palavras deste ser humano, eu era uma “merda”. Como diria esta pessoa:“well.,well”, essa foi difícil. 

                  Como todo bom filósofo faz, fui refletir e tentar averiguar pelo método empírico se esta afirmação estava correta ou se não passava de uma inverdade. Mergulhei no mais profundo do meu ser e comecei a analisar as minhas atitudes e falhas, mas não conseguia encontrar nenhuma expressão numérica ou apenas sentimental no qual o resultado desse o valor exato “falsa Cult”. Foi quando o Doca veio me resgatar desses pensamentos paradoxais me informando do Fórum Social Mundial que irá acontecer em Belém no começo do ano de 2009. Doca e eu temos uma coisa essencial em comum: nos preocupamos com o legado que deixaremos. Nos envolvemos nessa conversa e comecei a perceber que eu não era exatamente uma “falsa Cult”, mesmo eu não sabendo da existência do Fórum Social Mundial. 

                  À procura de mais informação sobre evento, encontrei isto: “Um outro mundo é possível”. Este é o slogan do FMS. Quando li fiquei surpreendentemente feliz. Não tinha palavras para descrever a felicidade que estava em ler apenas aquele slogan. Meus caros, eu pensei que eu , Doca e Jú éramos os únicos Dom Quixotes de Brasília. Confesso que fui dominada por uma vontade extasiante de pegar a minha mochila e ir para Belém em janeiro. Mas lembrei-me das minha obrigações então resolvi deixar para o Doca fazer as honras e proporcionar essa felicidade para mim. Foi quando percebi, meus amigos, que talvez eu não tenha uma cultura suficiente para mobilizar-me inesgotavelmente para trabalhar a favor de um mundo melhor. Então talvez eu seja uma falsa Cult. Quem me conhece sabe que apregôo a todos os cantos a importância da mobilização e, analisando isso, vi que eu mesma era incapaz de mobilizar-me. Interessante....

                 Logo percebi que pela lógica do meu raciocínio todo somos FALSOS CULTS. Digo pela própria cultura que fomos outorgados e disciplinados a apregoar porém não avaliar o real efeito dela. Ou seja, não interagimos de forma alguma com os ideiais expostos e apresentados por nós. Então gritamos, berramos, esperneamos a favor disto ou daquilo, mas na verdade nunca passou disso. Uma fala, um grito, um texto... Isso não te deixa paradoxalmente confundido? Você sabe, tem informação o suficiente, mas não pratica..Não passa de um mito, uma fantasia, uma lenda. Com certeza em alguma área de sua vida, infelizmente você é um falso Cult. Sabe por quê? Simplesmente porque ninguém sabe de tudo, e o que hoje é paradoxal para você fará sentido em uma época distante, ou até mesmo já fez sentido para alguém no passado e no presente. Para mim é completamente incompreensível que existam JORNALISTAS que não saibam da existência da diferença social, racial, sexual. E que tal jornalista seja capaz de vendar os olhos para tais diferenças à troco de 5 moedas de pratas. Isso é completamente paradoxal para mim, mas para você pode fazer o maior sentido. 

 Você, eu e todos nós somos Falsos Cults!
 Bem vindo ao clube!

 Ana Paula Bessa
 Encontrando um jeito de não ser Falsa Cult
 PS: Quando descobri não hesitarei em contar-lhes

TOCA RAUL!!

Toca Raul!

Autor: Zeca Baleiro

Mal eu subo no palco
Um mala um maluco já grita de lá
-Toca raul!
A vontade que me dá é de mandar
O cara tomar naquele lugar
Mas aí eu paro penso e reflito
como é poderoso esse raulzito



Puxa vida esse cara é mesmo um mito
Em todo canto que eu vou
Tem sempre algum grande fã do cara
É quase uma tara
Jovens velhos e crianças
Malucos e caretas
Parece uma seita
Por isso eu paro penso reflito
Como é poderoso esse raulzito



Puxa vida esse cara é mesmo um mito
Agora toda vez que algum maluco beleza gritar
-Toca raul!
Eu saco esse ás da manga
Esse coelho da cartola essa carta da tanga
Essa balada-quase-rock com pitadas de forró
E nenhum sentimento blue
Pra nunca mais ter que ouvir
Alguém gritar e pedir:
-Toca raul!

TOCA RAUL!!!

Eu Não Toco Raul

Pedra Letícia

Composição: Fabiano Cambota

Em todo bar que a gente vai tocar
Tem sempre lá no canto um cara com a barba por fazer
E a camiseta com a cara do Chê,
Um buraquinho nela onde havia a estrelinha do PT
A namorada dele você vê,
Batinha indiana, coturno, bermuda saint-tropez
Pede um papelzinho pra escrever
Tira uma caneta de dentro da bolsa de crochêR
abisca um guardanapo com a bic azul
Escreve um bilhetinho assim: Toca Raul!


Eu não toco Raul
Vocês me desculpem..
Eu acredito quando você diz que ele é legal
Mas eu não toco Raul
Vocês não me culpem
A banda preza pelo estilo Sidney Magal

E aquele alquimista nada a ver
Viagens de um diário de um mago, mais falso que um Menudo
Essa idolatria por Raul, parece aquela velha opinião tomada pelo mundo
Não adianta implorar pro seu guru
Não adianta esbravejar: Toca Raul!


Eu não toco Raul
Vocês me desculpem..
Eu acredito quando você diz que ele é legal
Mas eu não toco Raul
Vocês não me culpem
A banda preza pelo estilo Sidney Magal


Mas quando eu virar um astro,
Com a minha guitarra e uma prancha do lado,
Eu quero ouvir você gritar num bar: Toca Pedra Letícia!!

Eu não toco Raul
Vocês me desculpem..
Eu acredito quando você diz que ele é legal
Mas eu não toco Raul
Vocês não me culpem
A banda preza pelo estilo Sidney Magal

Por que Jornalismo?

O texto publicado abaixo é de um grande talento que tive o prazer de conhecer em uma situação que foi uma shit, mas beleza!

Nesta situação, eu fiz esta famosa pergunta a ele. A resposta foi a mesma, mas no texto ficou muito mais poético.

Não sei se essa é a minha resposta, mas me lembro de ter respondido nesta mesma linha de pensamento na minha primeira entrevista de estágio.

Enjoy!

Colchetes



Muitas pessoas me perguntam o porquê de ter escolhido o jornalismo. Pessoas que devem perguntar o mesmo pra qualquer outro cidadão, independente da profissão dele.

Respondo muitas respostas diferentes, que no fundo querem dizer a mesma coisa: quero contar histórias. Não qualquer história, as grandes histórias que permeiam a vida de todo mundo. Cada um tem momentos incríveis, lados impressionantes da vida que só seus olhos e seus corações capturaram. E mais que isso. Fazer a diferença com essas histórias. Mudar alguma coisa, pequena que seja.

O engraçado é que eu podia fazer isso em um bocado de profissões, algumas até muito melhor preparadas para isso que o jornalismo. Por que não ser escritor? Cineasta? Músico? Artista plástico? Qualquer atividade onde a expressão não seja regrada por normas da verdade absoluta, da imprecisão imparcial de todos os lados.

A verdade é que o jornalismo caiu de pára-quedas em mim, nas minhas promessas.Do jeito mais inesperado, bobo e sentimental que existe.

Convite Irrecusável!

Exercendo a micropolítica

Há tempos não escrevo algo palpável não é mesmo?! É que estava esperando a razão certa. Não queria falar desse sensacionalismo que ultimamente estamos vivendo. Então, eis que chegou a razão: convite para o coquetel de lançamento do livro "Os processos eleitorais da América Latina", escrito por Carlos Ugo Santander e Nelson Penteado (meu ilustre mestre).

O evento ocorre no dia 28 deste mês às 18h30, na Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho, no Senado Federal. Durante o lançamento estarão presentes os autores, o senador Heráclito Fortes,presidente da Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional, o senador Cristóvão Buarque, a jornalista Ana Paula Bessa, ilustre editora do Blog Provocações acompanhada de sua fiel escudeira e também jornalista Juliana Medeiros, editora do Blog Substantivo Comum.

O livro nada contra a maré desde a limitação do tema, penso eu. Visto que há um enorme bombardeio da mídia contra a união latino-americana. E também porque quase tudo nessa vida são emoções, então os donos de jornais, que são a personificação da liberdade de expressão, se aproveitam dela para fazer com que a cada dia que passa um sentimento xenófobo contra os da nossa própria raça se propague.

"Os processos eleitorais da América Latina” relata a decadência de regimes autoritários e golpes de estado e também a "maratona democrática" ocorrida desde 2005 até dezembro de 2006. O livro reúne 16 ensaios de diferentes autores que analisam os processos eleitorais occorridos nessa época. É também a primeira obra do Centro de Estudos Comparados da América Latina (Cecal) o qual esta que vos fala, um dia, num futuro bem próximo, se Deus quiser, terá a honra de participar.

Segue abaixo o convite juntamente com o resumo da obra.

Ana Paula Bessa
Bem Instruída


Os processos eleitorais da América Latina


O livro Os processos eleitorais na América Latina reúne 16 ensaios de autores diferentes que analisam os processos eleitorais na verdadeira maratona democrática ocorrida na América Latina desde 2005 até dezembro de 2006. A obra tem a pretensão de compreender o mosaico político da região, que deixou para traz os regimes autoritários e os golpes de estado, tão comuns até muito recentemente, e enveredou na construção de uma nova paisagem política, mais democrática e posicionada no espectro ideológico.

Além de atual e pertinente, o esforço de análise comparada pretende preencher um vazio na literatura sobre o assunto. Existem poucas obras sobre o conjunto dos pleitos realizados recentemente. A idéia, portanto, é contribuir de alguma forma para esclarecer a dimensão política dos próprios processos eleitorais e do novo cenário regional, construído desde sempre pela coragem e dedicação de um povo diverso que luta e sofre com a gritante pobreza, desigualdade e violência no continente.

A obra é o primeiro trabalho do Centro de Estudos Comparados sobre a América Latina (CECAL), que estáa sendo articulado em Brasília por Carlos Ugo Santander e Nelson Freire Penteado (organizadores do livro), e vários co-autores do livro, entre outros pesquisadores, para contribuir no esforço de produzir estudos e análises comparadas sobre as questões mais importantes que envolvem o conjunto dos países da região.

Parece importante compreender melhor as questões comuns desses países que historicamente sofrem de maneira diversa dos mesmos problemas. Somos bombardeados diariamente com imagens e informações sobre os países do primeiro mundo na mídia. Vemos todo ano a decoração de Natal de Times Square, mas não enxergamos o rosto, a cultura e as dificuldades de nossos irmãos latino-americanos. Muitos nunca visitaram outros países da região e desconhecem sua literatura, sua gente e sua história de lutas e conquistas. O CECAL surge para contribuir na produção de trabalhos que possam ajudar a mostrar a verdadeira face da América Latina neste novo século. Boa leitura.


Leia também: "Meu coração é vermelho"

Provocações

A primeira provocação ele agüentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas. E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão.

A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria. Não reclamou porque não era disso.

Outra provocação foi perder a metade dos seus dez irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. Era de boa paz.

Foram lhe provocando por toda a vida.

Não pode ir a escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça.

Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme.

Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava.

Estavam lhe provocando.

Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça.

Ouvira falar de uma tal reforma agrária. Não sabia bem o que era. Parece que a idéia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa.

Terra era o que não faltava.

Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar à terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma.

Finalmente ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer. Garantida. Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação.

Aí ouviu que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Talvez no próximo ano... Então protestou.

Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele:

- Violência, não!

( Luís Fernando Veríssimo )

I wish you were here

Eu quero um site em que eu possa obter todas as respostas que preciso, eu quero uma máquina que responda as minhas perguntas imediatamente e me revele o segredo da problemática totalmente dialética de viver e entender o vivencial que me é apresentado!

Eu quero alguém que eu possa consultar e que ela me lembre o que sou. Que ela me diga qual é a verdadeira razão de eu estar viva. Que me responda por que estou assim... tão diferente do que eu um dia idealizei em ser. Que essa pessoa me responda o por quê da minhas dificuldades e dos meus conflitos. Que ela me mostre a razão das minhas escolhas, porque elas parecem tão erradas, mas no meu coração ela está tão certa. Esse paradoxo real em qual estou na obrigação de viver.


Eu quero uma chave que abra a minha mente, para tudo àquilo que me é estranho. Para os cheiros, os sentidos, as texturas , as carícias, os ventos, as chuvas, o calor que são desconhecidos por mim. E que essa chave possa ser passada para as pessoas que assim como eu desconhecem as doçuras do viver.

Eu quero um cadeado para trancar as minhas mágoas, as minhas nostalgias melancólicas, as minhas agonias, as minhas incertezas. E que esse cadeado nunca fosse aberto até que o dia chegasse. O dia no qual serei uma, e estarei certa da certeza que me falta.

Eu quero um cajado, que me oriente os caminhos à salvo que eu possa colocar a minha família. E que esse mesmo cajado aponte as tristezas que deveriam estar nesse caminho, para que eu possa tomar todas elas para mim. E que ao final desse caminho, eu possa estar lá, com os braços abertos ao lado do Grande Cajado da Vida acolhendo-os e derramando sobre eles as minhas lágrimas mais preciosas que ouro.

Eu quero uma caixa, onde eu possa guardar o amor da minha vida. Que o olhar mais acanhado, que aquela carícia mais inesquecível, a noite mais romântica, o beijo mais adocicado, o abraço mais amoroso, o sorriso mais aconchegante, e muito mais possa ficar intocáveis até o dia que o pra sempre nunca mais deixe de existir.


Eu quero pode agarrar a felicidade mais concreta do que pedra. E com ela, peregrinar o mundo e testemunhar tudo aquilo que um dia sonhei. Mas que ela nunca, nunca vá embora, porque dentro do meu ser haverá mais espaços do que a galáxia.

Eu quero poder pra sempre dizer “Eu amo você”, porque quero nunca dizer “Adeus”. Você é quem me mostra o que sou, sem precisar descobrir o que não sou. Porque todos os dias parecem sonhos, mesmo quando ruins.

Eu não sou nada, mas nada do que sou deixará de ser, porque um dia fui, talvez até o que não queria, mas o que serei fará do que nada do que sou seja algo para alguém.


Ana Paula Bessa

Incerta

Ensinando a ´lixar´

Postado por Luiz Weis em 17/4/2008 às 9:25:36 AM

No último fim de semana os jornais acharam que já era hora de apurar como é que as crianças acompanham e "vivenciam" a tragédia de Isabella. E aproveitaram para perguntar a psicólogos e educadores o que os pais e professores deviam ou não deviam fazer para ajudá-las a enfrentar o horror a que a TV as expõem e que se tornou, também para elas, o centro das atenções.

Ontem, os repórteres Gilberto Amendola e Vitor Hugo Brandalise tiveram a sorte de estar no lugar certo, na hora certa, e a sensibilidade para registrar como essas funcionam na vida real. Deu no seguinte, como saiu no Estado de hoje:

Vestindo um uniforme escolar e carregando uma mochila nas costas e uma pasta cor-de-rosa nas mãos, Fernanda (nome fictício), de 8 anos, estava parada em frente ao edifício Bragança da Serra, na Rua Dr. Timóteo Penteado, em Guarulhos, na Grande São Paulo [onde mora o pai da madrasta de Isabella] Ao perceber a movimentação dos repórteres, a menina repetia: "Tem que ´lixar´, tem que ´lixar´." Perguntada sobre o significado de ´lixar´, ela respondeu. "Minha mãe disse que ´lixar` (linchar) é bater no pai da Isabella."

Bater até matar, naturalmente.

Observatório da Imprensa

"O mal que não quero, faço. O bem que quero, este não faço" - Ap. Paulo

O apóstolo Paulo disse isso muito sabiamente na carta à Conrintos. Isso se aplica a nós, meros cidadãos que sofremos com a dificuldade de realmente ser um brasiliano, e esperamos do governo pelo menos um mínimo de conforto. Mas quando a micropolítica é exercida, os políticos nem seque notam que se tornaram peças de destruição. Para eles, caros amigos, apóstulo Paulo não serve pra nada, a nãe ser para abençoar um time de futebol. Graças a Deus, sou cidadã, e adoro ser brasiliana. Para mim, a luta com o mal é diária - assim como deve ser com todo os seres humanos, que com tantas oportunidades de se benficiar contra os seus ideais é oferecida todo dia. Mas quando deito a noite, agradeço pelos ideais!!!!!

Um deles é esse!!!! O Teatro Oficina Perdiz!!!! Esse também faz parte dos meus ideais, e não vou deixar morrê-lo!! Não há nada que me faça calar!!!

Vamos lá pessoal, exerçamos a nossa micropolítica!!!!!!!!!!!!!!


Depois de tantas ameaças a derrubada se aproxima

O Teatro Oficina do Perdiz, três semanas após ganhar as telas do Fantástico e emocionar tanta gente no quadro Me Leva Brasil, recebe um ultimato para ser demolido. Talvez, nos últimos anos, uma das poucas notícias vindas de Brasília e que tenha dado orgulho a algum brasileiro, foi a história desse torneiro mecânico - como o nosso presidente - mas, um torneiro mecânico apaixonado pela cultura e que dividiu o espaço do esmeril e da solda, com figurinos, cenários e o ritual diário dos atores.
Essa história virou filme e tem ganhado as telas de festivais no Brasil e no mundo, com o curta 'Oficina Perdiz' de Marcelo Diaz. Além disso, está em fase de finalização, outro curta metragem, de Pio Gomes e que fala de dois Josés e duas oficinas, Zé Celso (Teatro Oficina – SP) e José Perdiz (Teatro Oficina do Perdiz).
A contundente ameaça ao teatro é fruto dos interesses de uma empresa da construção civil (Ipê-Omni), que ergueu, ao lado do Teatro Oficina, um prédio de quitinetes e estão conseguindo pressionar governo e representantes da Secretaria de Cultura do DF para colocar abaixo 20 anos de história do teatro brasiliense.
Segundo o produtor do espaço, Marco Pacheco, a construtora quer finalizar uma marquise que invade a área ocupada por essa oficina teatro, assim, é preciso tirar de circulação mais um teatro no Brasil, por atrapalhar interesses financeiros de um pequeno grupo. O capital financeiro subjugando o capital cultural, histórico e artístico de uma cidade.
O Teatro Oficina do Perdiz é uma peculiar oficina mecânica criada em 1969 e que funciona como teatro desde 1988, sendo um dos espaços mais democráticos para os artistas e para a comunidade. O principal argumento da construtora é que a área ocupada é do GDF, e deveria ser uma área de passagem de um bloco para outro. Aqui, cabe ressaltar que quase todas as áreas de passagem da Asa Norte são invadidas por empreendimentos que nada acrescentam à vida cultural do brasiliense, que não têm nenhuma utilidade pública. Vale lembrar ainda que o prédio do INSS incendiado em 2005 não possuía habite-se. Um dos mais nobres resorts da cidade também enfrenta problemas com a área ocupada, além disso, várias outras obras da cidade são irregulares. Qual a diferença entre essas outras edificações e a Oficina Perdiz? Por que a oficina do perdiz deve desocupar uma área pública para ser ocupada por esses empresários? Quem é beneficiado com isso? A resposta é simples: em Brasília ganha quem tem dinheiro e influência política. Será que nós, cidadãos e artistas, concordamos com isso?
O Teatro do Concreto se uniu a outros artistas apaixonados por esse espaço e está em temporada no Teatro Oficina do Perdiz com o espetáculo Diário do Maldito desde o dia 28 de março. A peça, inspirada na vida e obra do Plínio Marcos fala de resistência e compromisso com a arte. Nossa temporada é uma ação de resistência pela manutenção do espaço. Agora, corremos o risco de nem chegar ao final da temporada, prevista para 20 de abril, afinal, a obra ao lado tem urgência. Os empresários já se reuniram com a Secretaria de Cultura do DF, sem convidar a classe teatral para debater o assunto, a única proposta feita foi a retirada da Oficina do Perdiz, sem deixar claro como, quando e de que forma. É triste perceber que a marca que esse governo está imprimindo na cultura do DF é a marca da agressão aos foliões durante o carvanal, da destruição de obras de arte na W3 Sul que homenageavam poetas e, agora, a da eminente demolição do Teatro Oficina Perdiz. Cada vez mais, fica clara a idéia de fazer de Brasília uma cidade asséptica. Brasília não é do povo, como o céu é do avião.
Gostaríamos de poder contar com o apoio de artistas, jornalistas e da população em geral para impedir esse crime contra nossa cultura.

Teatro do Concreto.
REPASSEM!!!
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FLORES NO DESERTO

FLORES NO DSERTO
Banda Vega
Não vale a pena esconder a dor
Manter adormecido o que já passou
Sentindo as cicatrizes ao redor
Marcas no inconsciente, insatisfação
Olhando os objetos no lugar
Eu tenho a impressão de que nada mudou
Sombras e eternas ilusões
Me vejo entre momentos de alucinações


Vejo flores no deserto
Homens buscando o certo
Labirintos, fontes do pecado
Mapas que me levam ao passado
Reações impensadas
Mentes alienadas
Sentimentos presos sem saída
Momentos de eternas despedidas
Me disperso ao entardecer
Falo palavras que eu queria esquecer
Me perco entre tantas invenções
A vida se refaz por entre frustrações
Encontro o templo para despertar
Paredes que me levam pra algum lugar
Vejo flores no deserto
Homens buscando o certo
Labirintos, fontes do pecado
Mapas que me levam ao passado
Reações impensadas
Mentes alienadas
Sentimentos presos sem saída
Momentos de eternas despedidas
Não vale a pena esconder a dor
Manter adormecido o que já passou
Sentindo as cicatrizes ao redor
Marcas no inconsciente, insatisfação
Olhando os objetos no lugar
Eu tenho a impressão de que nada mudou
Sombras e eternas ilusões
Me vejo entre momentos de alucinações
Vejo flores no deserto
Homens buscando o certo
Labirintos, fontes do pecado
Mapas que me levam ao passado
Reações impensadas
Mentes alienadas
Sentimentos presos sem saída
Momentos de eternas despedidas
Ana Paula Bessa,
querendo viver mais! =D

Meu coração é vermelho!

Caros Amigos leitores do blog desta principiante,


Adoro quando os nossos amigos estadunidenses vêm ao nosso país. Adoro quando as autoridades pisam aqui em solo Tupiniquim. Os jornais parecem galinhas atrás do milho. Sabe quando você vai no galinheiro e começa a jogar ração pra elas e falando assim: "Tchiiii tchi tchi tchi tchi" , aí as galinhas se alvoroçam todas pra cima da comida? Pois é, assim agiram os jornais quando a Condoleezza Rice chegou ao Brasil nessa semana. O clima pro lado de cá tá bem quente. Como disse a Veja, as "Feras Radicais" estão parecendo cães raivosos.(Veja aqui a capa da Veja).


E não é pra menos? Como o William Waack, do Jornal da Globo disse: "Invadir o quintal do seu vizinho é crime. E quando você invade o quintal do seu vizinho para correr atrás do ladrão que acabou de assaltar a sua casa, é crime?". Para ele parece que não. Mas se você tem um quintal,significa que é a autoridade maior do seu quintal, e aí?! O que você faria? Consideraria uma invasão? É claro, quem o sue vizinho acha que é pra invadir a sua casa assim?! Você não ficaria bravo? Ainal, na sua casa estão seus filhos, esposa, e você deve proteger a vida deles! Só o William Waack pra ficar calmo com alguém invadindo o quintal dele... Mas talvez ele tenha profundo conhecimento das filosofias de Gandhi!!! Vai saber...


Não sei se vocês perceberam, ou deve ser coisa da minha cabeça, mas o governo brasileiro que tem um presidente de "esquerda" tá muito quieto, não acham? Será que é porque o Brasil tá querendo apoio estadunidense para cnquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas? Não sei... Ou talvez porque Lula virou o novo "Lúcifer" para o povo da America Latina. Não gente, ele só está tentando conquistar um clima de "paz e tranquilidade" para a America Latina,porque isso é o que realmente interessa. O que realmente interessa é ouvir um elogio "bushista", porque é disso e da corrupção que o Brasil estabelece sua personalidade.


Amigos, meu coração é vermelho! Não porque sou socialista, marxista, fidelista, guevarista, militante ou algum adjetivo que os verdinhos vêm como ignorância. Ele é vermelho porque sou HUMANO, e acredito que é possível uma comunhão na America Latina. Os jornais fazem de tudo pra que isso não aconteça, porque o povo latino-americano é um povo de uma cultura de lutas. E o Bush sabe, que se nós nos unirmos e formos HUMANOS, podemos nos ouvir.


"Hasta la vitoria, siempre"


"Um trilhão de dólares para a guerra. Nenhum centavo para a paz. Fora Condoleezza Rice do Brasil". Militantes da União Nacional dos Estudantes, na manifestação para a Condoleezza.




Ana Paula Bessa,

meio irônica.



I'm sick too! Can you take care of me?

Estou doente. Terrivelmente doente. Meu corpo dói. Pode parecer absurdo, mas é verdade. Todos os membros do meu corpo estão doentes. Não os suporto dentro de mim, porque a dor é imensa. Estou à alguns passos da minha falência humana.A dor é insuportável, amigos.

Tudo começou com o meu coração. Quando me mudei para cá, eu sentia algumas pontadas fortes e finas. Elas vinham com tudo, duravam alguns segundos e iam embora. Lembro-me da primeira vez que a senti. Estava em casa lendo cartas de uma grande amiga que tive na infância: Juliana Fonseca Santos, vulgo Mocréia. Morávamos em cidades diferentes, mas porém muito próximas. Sempre que podíamos, pegávamos o busão para passar o final de semana juntas. As cartas faziam parte da nossa amizade. Elas eram sempre acompanhadas de muita risada e muita sinceridade. Nesse dia específico, estava lendo a última carta que a Jú tinha me mandado. Nessa carta eu podia sentir a tristeza dela pela nossa separação (ela ficou em Araraquara e eu vim pra Brasília). A carta terminara com “ Eu te amo muito, mocréia!”. Foi então que a dor veio. Eu chorava. Agachada no quarto com a carta no peito.
Eu e a Jú, depois dessa carta nunca mais nos falamos. Por motivos que o destino encontra, ela parou de conversar comigo. Recentemente ela passou para enfermagem na USP, Unicamp, Ufscar e Unesp.

Depois do coração foi a minha cabeça. Ela sempre foi bem orientada pelos meus sonhos. Desde os meus 13 anos, sonho em ser jornalista, com mestrado na Alemanha com a seguinte tese “ II Guerra Mundial e o sonho vermelho dos alemães”. Tive um grande incentivo de um amigo que sempre escutou meus sonhos, o nome dele é Felipe Rischini. Ele ria de algumas utopias, mas me dava alicerce histórico para prosseguir com minhas curiosidades. Sentávamos na calçada em frente de casa e sonhávamos juntos. Eu na Alemanha e ele em turnê com sua banda – que na minha aposentadoria eu seria a promoter. Assim como a dor no coração, minha cabeça começou a doer quando vim para Brasília. Com a dor, fui esquecendo os meus sonhos. A maior dor que sinto é a de não acreditar nos meus sonhos.
Nesse ano Felipe está fazendo cursinho pré-vestibular, como vem fazendo nos últimos dois anos. O curso que ele quer é Medicina.


Com o coração e a cabeça doentes, o caminho ficou livre para que o “resto” de mim adoecesse. Não consigo levantar os meus braços para o alto, minha cabeça não deixa. Minhas pernas não dão conta de caminhar sozinhas, precisam de apoio. Minha coluna não segue ereta, devido aos meus olhos que não têm enxergado muito bem que para evitar um tombo maior caminho olhando para o chão porque é o lugar mais seguro que tenho encontrado.

Não há médicos que podem me curar. Porque a minha dor foi causada por alguém que mais me conhece. O ser humano. Fizeram-me perder uma amizade, porque sabiam que ela estava muito bem guardada no meu coração. Fizeram-me perder os meus sonhos, porque eles são UTOPIAS para quem faz parte da “fôrma contemporânea” do pensar, onde não tem espaço para o individualismo no pensar. Fizeram-me não conseguir caminhar sozinha porque como uma cobra para dar o bote ele vem para cima de mim e me aperta com suas propostas para me comprar e comprar minhas lutas. Meus braços não alcançam o céu porque não consigo me libertar da institucionalização do ser. Eu preciso ser, e só sou, quando encontro um campo fértil para a minha plantação.

Estou doente, muito doente, amigos! A única pessoa capaz de me curar é o SER (Verbo de Ligação) HUMANO (Adjetivo) ! É você Jú, que me conheceu como ninguém e sabe que iria até o final da trilha com você! É você Fé, que sempre me riu das minha ignorância (naive). É você Lucas, que me ajuda a voltar a sonhar. É você Jú Medeiros que vê o meu coração vermelho! É você Jé que acredita na minha felicidade! É você, que está lendo, e que não agüenta mais esses estereótipos de vida.

“ O que nós somos, afinal?”

Quem, seria capaz de negar ajuda aos da mesma raça?

... só aquele que se deixa alinar-se na desinformação do Mundo.

I’m sick. Can you take care of me?


Ana Paula Bessa,
Doente – assim como toda a humanidade.

PS: Para entender melhor o filme, assistam

SICKO - $O$ Saúde

O novo filme do Michael Moore

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