Sofrer

Há tempos assisti a um filme com a Emma Thompson chamado Wit. Um filme exuberante. No filme Emma Thompson é uma professora conceituada na obra do poeta inglês John Donne. Ao longo do filme ela recita vários poemas do autor, e acrescenta à eles a sua análise. O poema que colocarei logo abaixo entitulado "Morte não te orgulhes" é um dos mais belos de John Donne. A análise da professora acrescentada á esse poema é uma das melhores explicações e conceitos sobre morte que já ouvi em toda a minha vida. Eis o poema:

Morte não te orgulhes

Morte não te orgulhes, embora alguns a chamem
De forte e medonha, tu não és,
Aquele, que tu pensas que abateste
Não morrem, pobre morte, nem a mim podes matar.
Distante do descanço e do sono, senão tua figura ocupada,
Muito prazer, então de ti, muito mais deve fluir,
E logo nossos melhores homens se vão contigo,
Restos dos ossos deles, e almas libertadas
Tu és escrava da Parcas, Chance, reis, e homens desesperados
E fazes com veneno, guerra, e prolongas enfermidades
E estouros, ou feitiços também nos fazem dormir,
E então avança teus golpes, cresces mais;
Um curto sono se passa, pouco desperta eternamente
E a morte vai-se então; morte, morrerás.
Note que algumas vezes palavra morte aparece sem vírgula. Segundo a professora no filme, isso é proposital. A morte não é vírgula. A morte é ponto. A professora diz que o final desse poema poderia ser modificado para : " E morte, tu que não és mais vírgula. Morrerás!".
Lindo não?
Às famílias que sofrem com a morte dos seus amados.

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E disse Rousseau...

"Portanto, nunca se saberá com quem se está lidando: será preciso, pois, para conhecer o amigo, esperar as grandes ocasiões, ou seja, esperar que já não haja tempo para tanto, uma vez que é para essas mesmas ocasiões que seria essencial conhecê-lo."
no século XV

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